22 dezembro, 2005

VI





















Ah, tudo é símbolo e analogia!
O vento que passa, a noite que esfria,
São outra coisa que a noite e o vento
— Sombras de vida e de pensamento.

Tudo o que vemos é outra coisa.
A maré vasta, a maré ansiosa,
É o eco de outra maré que está
Onde é real o mundo que há.

Tudo o que temos é esquecimento.
A noite fria, o passar do vento,
São sombras de mãos, cujos gestos são
A ilusão madre desta ilusão.

F. Pessoa

18 comentários:

Anónimo disse...

Vermelho...

Esvoaçante disse...

pendular

Anónimo disse...

fios...

Viajante disse...

Ariadne

Anónimo disse...

armadilha...

Esvoaçante disse...

enigma

Anónimo disse...

Feiticeira...

Esvoaçante disse...

música

Anónimo disse...

violinos...

Esvoaçante disse...

harpas

Anónimo disse...

Véu...

Esvoaçante disse...

desvelar

Anónimo disse...

Corpo...

Esvoaçante disse...

alma

Anónimo disse...

Dois...

Esvoaçante disse...

pólos

Anónimo disse...

Em vermelho, pendular
Com fios...
Ariadne
vislumbra a armadilha...
descobre o enigma

Feiticeira
Ao som da música
dançam violinos...harpas
Véu branco a desvelar

Corpo...alma
Dois pólos...um beijo!

Esvoaçante disse...

Mas que bem!!!!
Eis como palavras soltas se agregam, entre-tecem e fazem um poema.

parabéns, ao autor.
Agradecida,
beijos.