04 dezembro, 2005















Se eu pudesse dar-te aquilo que não tenho
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo com que sonhas
e o que só por mim poderá ter sonhado

Se eu pudesse dar-te o sopro que me foge
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo que descubro
e descobrir-te o que de mim se esconde

Então serias aquele que existe
e o que só por mim poderá ter sonhado

Ana Hatherly
in A Idade da Escrita

4 comentários:

Paulo Cunha Porto disse...

Só hoje dei pela existência deste magnífico Desdobramento. Um pormenor curioso: tenho na parede do meu escritório uma belíssima gravura de Mnemosine.
Beijo.

Esvoaçante disse...

Tenho um vício por poemas. Já tinha mantido um blog algum tempo (Apenas Poesia) e retomei (agora, Poesia Apenas). Uma espécie de "esconderijo" com textos de outros, que funciona efectivamente como desdobrar viagens, em antologia pessoal.
A gravura significa uma ligação de significado a Mnemosine, suponho. Aquela que permite a identidade, por assegurar a memória?
:)

beijos.

Paulo Cunha Porto disse...

A conotação com a Memória foi importantíssima, sem dúvida, mas, numa maior literalidade mitológica,
também contou a homenagem a Quem gerou as Musas, no fim de contas as multiplicidades da Inspiração.
Beijo.

Esvoaçante disse...

Ah.. o perto e o longe da ligação Metafórica! Beijos,