27 dezembro, 2005
A Minha Dor
A minha dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas de um requinte escultural.
Os sinos têm dobres d’agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal…
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias…
A minha dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro!
E ninguém ouve… ninguém vê… ninguém…
Florbela Espanca
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3 comentários:
Apetece dizer:
Não te oiço, não te vejo, mas sinto, por isso ofereço-Te meu lenço para a cura dessas lágrimas.
Supremo este poema.
Um beijo e um sorriso...
A dor era dela... :)
E o poeta é um fingidor...
Gentileza é sempre bem vinda.
Beijo e guardo o lenço.
Ou não!?
A dor era do poeta...
;)
E ela é uma fingidora...
O lenço é azul:)
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