21 julho, 2007

Ícaro






O sol dos Sonhos derreteu-lhe as asas.
E caiu lá do céu onde voava
Ao rés-do-chão da vida.
A um mar sem ondas onde navegava
A paz rasteira nunca desmentida...

Mas ainda dorida
No seio sedativo da planura,
A alma já lhe pede impenitente,
A graça urgente
De uma nova aventura.

Miguel Torga

(borboleta: parnasius mnemosyne)

3 comentários:

carteiro disse...

Lindo!
Mesmo sem asas podemos voar, ansiando e procurando por novas aventuras.

O nome da borboleta (da espécie, se não me engano) é bonito :)

Esvoaçante disse...

Entristece um pouco a negligência de Ícaro... a distracção, eventualmente, provocada pelo entusiasmo.
Mas anima o anseio por novas aventuras, ainda que ou mesmo por que trazem novos horizontes e novos riscos :)

o nome... ring a bell... :)

icaro-animix disse...

Massa gostei da poesia muito enteressante.