06 julho, 2007

























Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
(...)
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu coração
nem o meu grito de libertação.

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa

6 comentários:

Anónimo disse...

Nem esconder o olhar...

Kaffa

carteiro disse...

Perante os tons que rodeiam a borboleta, logo pensei que ia falar-se de amor :)
Pode adiar-se o coração mas nunca evitar o quanto ele bate.
As palavras dizem o resto, ou melhor, dizem tudo!

Esvoaçante disse...

Pode esconder-se, sim, Kaffa. Pelo menos, óculos escuros costumam fazê-lo... :)

Esvoaçante disse...

Boa intuição, Senhor dos Selos. Ou a previsibilidade para quem conhece o estilo?! risos...

Nem mais. Não pode evitar-se o quanto bate...

carteiro disse...

Não, amiga Esvoaçante, nunca a previsibilidade e pouca é a intuição deste carteiro com tão pouca perspicácia.
Foi só um fragmento de uma lucidez que, como muitas, poderia nem sequer fazer sentido :)

Esvoaçante disse...

Intuição do carteiro, parece-me que sim.
Agrada-me que a previsibilidade, não :))
E fragmentos de lucidez fazem bem, e teêm sempre sentido. Pelo menos, o que lhe damos.

beijos e flores