13 julho, 2007























Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.

É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.

Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?

E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...

Alexandre O'Neill

2 comentários:

Maria Carvalhosa disse...

Tudo combina. Harmonia esplendorosa entre a imagem e as palavras do Alexandre O'Neil.

Um beijo.

Esvoaçante disse...

harmonia é uma palavra lindissima... se bem que às vezes fugaz. Ou precária... e procura-se, sim.

beijo, Senhora das Rosas