01 setembro, 2006
Ficávamos no quarto até anoitecer, ao conseguirmos
situar num mesmo poema o coração e a pele quase podíamos
erguer entre eles uma parede e abrir
depois caminho à água.
Quem pelo seu sorriso então se aventurasse achar-se-ia
de súbito em profundas minas, a memória
das suas mais lonquínquas galerias
extrai aquilo de que é feito o coração.
Ficávamos no quarto, onde por vezes
o mar vinha irromper. É sem dúvida em dias de maior
paixão que pelo coração se chega à pele.
Não há então entre eles nenhum desnível.
Luis Miguel Nava
(Adonis Blue)
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2 comentários:
Um poema inquietante de um autor que, até então não conhecia: grata pela oportunidade. Como sempre, belas imagens em seu recanto. Bjo.
Inquietante? pois, também! (sorriso...)
Nava é um nome a reler...
Obrigada pelo comentário visivel :))
beijos
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