18 setembro, 2006


















Da grande página aberta do teu corpo
sai um sol verde
um olhar nu no silêncio de metal
uma nódoa no teu peito de água clara

Pela janela vejo a pequenina mão
de um insecto escuro
percorrer a madeira do momento intacto
meus braços agitam-te como uma bandeira em brasa
ó favos de sol

Da grande página aberta
sai a água de um chão vermelho e doce
saem os lábios de laranja beijo a beijo
o grande sismo do silêncio
em que soberba cais vencida flor

António Ramos Rosa

1 comentário:

D disse...

Lindo blog, ótimos poemas..e O que pode ser mais poético q uma borboleta?transformação, transfiguração, o feio, o belo (dependende de quem vê..), fragilidade, asas , liberdade, céu...
uma linda borboleta,mais amável ainda por estar pousando em um verbena!