30 julho, 2006

















Somos de barro. Iguais aos mais.
Ó alegria de sabe-lo!
(Correi, felizes lágrimas,
por sobre o seu cabelo!)

Depois de mais aquela confissão,
impuros nos achamos;
nos descobrimos frutos
do mesmo chão.

Pecado, Amor? Pecado
fôra apenas não fazer do pecado
a força que nos ligue
e nos obrigue a lutar lado a lado.

O meu orgulho assim é que nos quer.
Há de ser sempre nosso o pão, ser nossa a água.
Mas vencidas os ganham, vencedores,
nossa vergonha e nossa mágoa.

O nosso Amor, que história sem beleza,
se não fôra ascensão e queda e teimosia,
conquista... (E novamente queda
e novamente luta, ascensão... ) Ó meu amor, tão fria,

se nascêramos puros, nossa história!
Chora sobre o meu ombro. Confessamos.
E mais certos de nós, mais um do outro,
mais impuros, mais puros, nós ficamos.

Sebastião da Gama

2 comentários:

carteiro disse...

Ai, ai estas tuas borboletas que 'falam' e deixam a minha alma com o peso das suas asas :)

Esvoaçante disse...

são lindissimas, as borboletas... elas e a metáfora da metamorfose :)

nem sempre as fotos o captam, ainda assim!

beijos e flores (tulipas...)