26 dezembro, 2005















Ouve, tu que não existes em nenhum céu:

Estou farto de escavar nos olhos
abismos de ternura
onde cabem todos menos eu.

Estou farto de palavras de perdão
que me ferem a boca
dum frio de lágrimas quentes de punhal.

Estou farto desta dor inútil
de chorar por mim nos outros.

- Eu que nem sequer tenho a coragem de escrever
os versos que me fazem doer.

José Gomes Ferreira

4 comentários:

Anónimo disse...

Este é para Ti:

CARTA À AMADA

Sou mais alto do que a palmeira,
porque os meus olhos chegam às palmas,
chegam às aves voando por cima das palmas.
Sou mais longo do que um rio,
porque ouço o longínquo rumor do mar
ou fechado os olhos vejo o fulgor das praias.

Sou mais poderoso do que uma leoa,
porque a minha dor escrita chega mais longe que o seu rugido,
chega às mãos da minha amada, a dor escrita,
chega mais longe que o rugido
a dor escrita chega às mãos da minha amada.

Versão: Herberto Helder; orig.América Central, Misquitos.

Esvoaçante disse...

É-se tanto quanto se deseja ou se pode ser :))
Obrigada, e.m._azul céu.

Anónimo disse...

:)?...

Esvoaçante disse...

há muitos azuis... às vezes, quase negros; outras, cor-do-céu... (era isso?)
:)