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Sou um evadido
Sou um evadido.
Logo que nasci
Fecharam-me em mim,
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
Do mesmo lugar,
Do mesmo ser
Por que não se cansar?
Minha alma procura-me
Mas eu ando a monte,
Oxalá que ela
Nunca me encontre.
Ser um é cadeia,
Ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.
Fernando Pessoa
2 comentários:
Como eu entendo este poema (e o poeta, sobretudo).
Também sou um evadido (quase) permanente. Por vezes só estou bem onde não estou. E, uma vez lá (não) chegado, só quero partir...
Beijinhos indecisos!
Ah, este evadir-se é tão próximo da nossa característica de sermos animais de desejo. Queremos o que ainda não temos ou o que já tivemos - poucas vezes (as sábias) queremos o que temos e onde estamos...
beijos meditativos :)
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