06 agosto, 2006

















Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla,
sempre o amor procura,
tacteia no escuro,
essa perna é tua? esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua,
morreria agora se mo pedisses,
dorme,
nunca o amor foi fácil,
nunca, também a terra morre.

Eugénio de Andrade

3 comentários:

Maria Carvalhosa disse...

Cara Mnémosine,

Será despropositado dizer-te do bom gosto da poesia que, diariamente, nos vais dando a ler. Sabe-lo bem! Tal como sabes que as imagens que nos mostras são um encanto para os olhos, por vezes tão mal-tratados com outras imagens a que nao podem fugir ao longo do(s) dia(s). A tua colecção de borboletas é uma verdadeira delícia. A das flores também é, claro, mas tudo isto é para ti redundante. Eu é que ainda não te tinha dito.

Beijinhos.

Esvoaçante disse...

Oh, Maria... grata, e não é nada redundante. Aliás, devo dizer-te que por tomarmos muitas coisas como banais, podemos perder algum do sal da vida :)

Nunca ninguém sabe o que alguém pensa, até que esta pessoa o diga, certo? Supôr, costumo pensar, não é saber...
Agora, ganhei o dia por saber do que afirmas :)

beijos,
e a próxima borboleta é para ti!

Maria Carvalhosa disse...

Obrigada, Mnemósine.

Um beijo e um dia feliz.