-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
E contudo perdendo-te encontraste.
E nem deuses nem monstros nem tiranos
te puderam deter. A mim os oceanos.
E foste. E aproximaste.
Antes de ti o mar era mistério.
Tu mostraste que o mar era só mar.
Maior do que qualquer império
foi a aventura de partir e de chegar.
Mas já no mar quem fomos é estrangeiro
e já em Portugal estrangeiros somos.
Se em cada um de nós há ainda um marinheiro
vamos achar em Portugal quem nunca fomos.
De Calicute até Lisboa sobre o sal
e o Tempo. Porque é tempo de voltar
e de voltando achar em Portugal
esse país que se perdeu de mar em mar.
Manuel Alegre
25 junho, 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Que bom o teu regresso a este espaço, Mnémosine, agora (e desde sempre, afinal) Esvoaçante! Surpreendente e inesperada, como é teu lema "... e nem deuses, nem monstros nem tiranos te puderam deter..."
Beijos e abraços.
Era um requiem :) mas nem sempre se regressa. Gosto da surpresa e do inesperado, sim. E da pontaria certeira que fazes ao excerto mais belo do poema :)
flores no teu dia,
beijo
E o coração deste carteiro enche-se de alegria com o regresso :)
Mnémosine ou Esvoaçante, nas palavras que aqui moram e que são apenas poesia existirá sempre a Senhora das Borboletas.
Como não estava à espera, o prazer de aqui voltar é ainda maior.
É-me difícil achar certos caminhos (supostamente fáceis) e decerto que eles não são Portugal. Ora, ainda assim fui e sou marinheiro que fez e vai tentando fazer achados, em palavras tão sublimes como as que, bem sabe, por aqui vai encontrando.
Que regresso retumbante!
Pois é, Postmann, certíssimo. Seja qual fôr o nome. (sorriso).
Gosto de surpresas e do inesperado :)
Regresso com poema de nome «regresso». Com gente que navega, não e rende, se procura. E tem um canto a que voltar. Chama-lhe Portugal mas podes chamar-lhe outros nomes. Afinal, «navegar é preciso!».
Beijos
Enviar um comentário