02 outubro, 2006



















Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Luís de Camões

2 comentários:

Maria Carvalhosa disse...

Mnemósine,
É sempre grtificante visitar este teu lugar de recolhimento, beleza e interioridade. Dá-se, neste local encantatório, um encontro de sensibilidades, uma partilha de intimidades, pela voz de outros, filtrada pela leveza do teu profundo pendor emocional.

Beijos.

Viajante disse...

Maria, gentileza faz um suave embalo, sabias?
sorriso e beijo.