Aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte.
Fernando Pessoa
4 comentários:
Bom dia
Mais um lindo poema do nosso Fernando.
Gostei muito.
BJs
Dafne
Bom dia, Dafne.
Sempre desafiador, o FP.
Beijos
Um poema lindo que só me fez lembrar da minha ARANHA, que oferto nesse espaço.
Obrigado,
Ventura.
ARANHA
Pela fresta do amanhecer e por todo andamento do dia/
começo a querer ou conhecer um animal que ali havia/
pendurado ou desgovernado, lentamente, nas paredes/
da minha casa, andando sem antena, sem qualquer via./
Não era inseto. Uns dizem ser selvagem e muito feia./
Outros dizem produzir fios de seda, do tipo fiandeiras,/
fabricados por glândulas localizadas em seu abdômen/
para formar moldura, raios, espirais e casulos da teia./
Dizem ter o poder de resistência e de extensibilidade;/
Que procura e absorve grande quantidade de energia,/
assim como a existência das estradas na minha vida,/
que traço em fios de sabedoria para se tornar magia./
Os caminhos sinuosos, tortuosos, sofridos e vividos/
são as razões da procura, da luta e da minha calma,/
que sinto cada vez mais as respostas dentro de mim,/
porque eu sou um inseto vestido de ossos e de alma./
Porque em meus acontecimentos diários teço com fé/
todas as forças positivas que são injetadas no meu eu,/
derramando intensos raios de luz nas minhas atitudes/
e na busca de um melhor mundo que não será só meu./
Será a causa mais nobre ofertada à nossa humanidade./
Serei o inseto mais vivo e inofensivo no seio da terra,/
querendo apenas crescer como o ser que sou, sem ser/
o inseto construído por essa sociedade vil que só erra./
João Pessoa, 08.11.2008 – 10:18 horas.
José Ventura Filho
Esta poesia linda do Fernando Pessoa me faz lembra uma outra do Étudiant no link abaixo.
http://pobresias.wordpress.com/
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