25 janeiro, 2006

Poema por ti





















No espaço do meu corpo
há um cheiro de maça verde
e eu habituei-me
a esperar-te inteira
à beira do tempo
enquanto as esquinas
se dobram de espanto

Tu és a certeza nesta viagem
pelo amanhecer tranquilo
em que a madrugada se despe
das palavras quietas que cheiram a ti

Eu sou a incerteza
da partida que sabe a desejo

António Sem

3 comentários:

Anónimo disse...

A viajante habituou-nos a palavras com muito sentido.

lunático

Esvoaçante disse...

A Viajante aqui veste a roupagem de Mnemósine, e usa as palavras que outros escreveram. Procura nelas o sentido, o que, ainda assim, é diferente :)
beijo.

Esvoaçante disse...

Kit Walker, nada como retribuir, de forma similar - a Viajante diria «espelhada» :)

Quand le désir de ma haute pensée


Quand le désir de ma haute pensée,
Me fait voguer en mer de ta beauté,
Espoir du fruit de ma grand' loyauté,
Tient voile large à mon désir haussée.

Mais cette voile ainsi en l'air dressée,
Pour me conduire au port de privauté,
Trouve en chemin un flot de cruauté,
Duquel elle est rudement repoussée.

Puis de mes yeux la larmoyante pluie,
Et les grands vents de mon soupirant coeur,
Autour de moi émeuvent tel orage

Que si l'ardeur de ton amour n'essuie
Cette abondance, hélas, de triste humeur,
Je suis prochain d'un périlleux naufrage.

Pontus de TYARD

:)